Data: 28-08-2012
Criterio:
Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
Genlisea aurea caracteriza-se por ervasaquáticas ou rupícolas, anuais, hermafroditas, e apresentam síndrome depolinização entomófila. Endêmica do Brasil. Ocorre nos biomas Cerrado e MataAtlântica, em Campos Rupestres, Campos de Altitude, áreas pantanosas e margensde córregos, formando pequenos agrupamentos descontínuos, distribuindo-seamplamente pelo território brasileiro, entre 1.300 e 1.500 m de altitude. ApresentaEOO de 824.027,8 km². Protegida por unidades de conservação (SNUC). Apesar de seushabitats de ocorrência estarem em constante supressão, não existe uma ameaçadireta que coloque a espécie em risco. Devido a sua distribuição disjunta epontual entre estados brasileiros possivelmente levará a categorias de ameaçaem avaliações regionais. Não ameaçada no âmbito nacional.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Genlisea aurea A.St.-Hil.;
Família: Lentibulariaceae
Sinônimos:
A espécie é classificada na seção Genlisea, pelas flores de corola amarela e fruto com deiscência circunscrita e pedicelo ereto (Andrade, 2009).
Espécie considerada rara em São Paulo e Santa Catarina, cujas subpopulações são pouco frequentes e formam pequenos agrupamentos descontínuos em locais úmidos de Campos de Altitude (Taylor, 1980).
Ocorre nos Estados de Tocantins, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina (Fromm-Trinta, 1996).
Erva perene, encontrada em ambientes aquáticos e rupestres, formando pequenos agrupamentos descontínuos. Fértil durante o ano todo e polinizada por insetos.
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes
Behling; Pillar (2007), evidenciam que as áreas de Campos de Altitude do planalto Sul e Sudeste do Brasil são escassas e pequenas e estão sendo reduzidas ainda mais pelos atuais processos antropogênicos e que as maiores áreas de pastagem naturais (maior que 10.000 km²) foram substituídas por florestas de pinheiros exóticos e diversas práticas agrícolas, que são as principais ameaças à pastagem natural.
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes
Os Campos de Altitude da Mata Atlântica sofrem com as atividades antrópicas realizadas em seu entorno e interior. A sensibilidade dos solos, rasos, facilita que processos erosivos entrem em curso; a remoção da vegetação tampão no entorno facilita a invasão de espécies exóticas invasoras com alto poder competitivo, que uma vez instaladas, competem diretamente por recursos com a flora nativa; intensos e frequentes incêndios incidem sobre os Campos de Altitude; atividades extrativistas impactam diretamente populações de plantas endêmicas e raras; a mineração de granito-gnaisse e arenito alteram irremediavelmente o substrato; a crescente expansão urbana para áreas de encosta suprime ainda mais esses ambientes e o desenvolvimento de técnicas agrícolas modernas tem permitido o desenvolvimento do que é chamado "agricultura de altitude" (p. ex. o cultivo de café no Estado do Espirito Santo, que tem atingido cotas de até 1.200 m); instalação de torres de transmissão de energia e telecomunicações, destruindo extensas faixas de áreas montanhosas naturais; e aliada a isso, a flora dessas regiões apresenta uma alta vulnerabilidade às mudanças climáticas em curso (GMBA, 2005; Martinelli, 2007).
1.4.3 Tourism/recreation
Detalhes
O Parque Estadual de Ibitipoca é muito visitado por turistas ao longo de todo o ano. Estima-se que o número de visitantes alcance os 40.000 por ano. Além da pressão de coleta ilegal exercida por parte dos turistas, a criação de trilhas sem a orientação dos funcionários, bem como a erosão de trilhas já existentes, pode atingir diretamente as populações de algumas espécies.
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes
Na região central do Espinhaço, foram identificadas como principais ameaças: a mineração, a expansão urbana, o turismo descontrolado, a criação de gado e as queimadas (Vasconcelos et al., 2008).
4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Ocorre no P.E. do Ibitipoca, Lima Duarte - MG (Andrade, 2009), no PARNA Serra do Cipó (Fromm-Trinta, 1996) e no PARNA Chapada dos Veadeiros (CNCFlora, 2011).
1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie é considerada "Vulnerável" (VU), segundo a lista das espécies da Flora ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo (SMA-SP, 2004).
- TAYLOR, P.G. Lentibulariáceas. 1980. 52 p.
- FROMM-TRINTA, E. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Lentibulariaceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo, v. 15, p. 105-118, 1996.
- ANDRADE, B.S.C. A família Lentibulariaceae no Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais - Brasil. Monografia de bacharelado. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2009.
- GMBA. Global Mountain Biodiversity Assessment, DIVERSITAS, 2005.
- MARTINELLI, G. Mountain Biodiversity in Brazil. Revista Brasileira de Botânica, v. 30, n. 4, p. 587-597, 2007.
- BEHLING, H.; PILLAR, V.D. Late Quaternary vegetation, biodiversity and ?re dynamics on the southern Brazilian highland and their implication for conservation and management of modern Araucaria forest and grassland ecosystems, Philosophical Transactions of the Royal Society of London, v.362, p.243-251, 2007.
- VASCONCELOS, M.F.D.; LOPES, L.E.; MACHADO, C.G.; RODRIGUES, M. As aves dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço: diversidade, endemismo e conservação. Megadiversidade, v. 4, n. 1-2, p. 221-241, 2008.
- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.
CNCFlora. Genlisea aurea in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Genlisea aurea
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 28/08/2012 - 14:52:23